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Bem vindo a Taubatexas

Posted by lizzby on 15:30
Se eu colocasse meus planos em uma lista, ela seria imensamente mutável. Haja hoje pra tanto ontem. A vida passa e a gente brincando de mudar. Não sei se são os meus hormônios que gritam do lado de dentro tentando me deixar surda, ou se simplesmente as coisas lá de fora não andam tão interessantes assim.

Fato é que estar de mudança, acidentalmente passa a mudar a gente. O que você achava o máximo agora parece bobo, o que você ouvia e achava interessante agora parece piada ou uma pequena percepção que você não tinha fica gritante. Claro que isso também é amplamente relativo ao tempo.

O tempo é inconstante porém os lugares tem muito haver com as pessoas, muito haver com o tipo de vida que vivem e o tipo de coisas que estão condicionados a pensar.

Ontem estava no carro, vindo pra Cachoeira Paulista e conversando com um amigo. Ele me dizia que queria muito ter um caminhão, pra colocar a casa dele na parte de trás e sair viajando o mundo, Eu ia morar quinze dias em cada cidade, ele dizia com firmeza. Seria ele então relativo ao movimento, e ainda assim seria influenciado pelo quesito lugar, que apesar de ambulante, não deixaria de existir.

Hoje fui assaltada, quer dizer, meu carro foi violentado por uns moleques que resolveram levar meu rádio. Paciência para agüentar tamanha chateação, porque além de ficar sem música, ainda terei de reformar a porta. E tudo isso tem custo. Pensei em o que vou ter que adiar pra conseguir pagar o conserto, Ainda bem que foi só o rádio, minha filha, você ainda está viva e isso é o que importa! Mamãe é mesmo uma gracinha tentando me acalmar. Se bem que eu costumo ter a sensação de que dos males, sempre o menor.



O povo de Cachoeira Paulista chama a terra de Taubaté de cidade grande. Pensando no significado do nome, pode ser mesmo a grande taba de um índio. Concluí se não era o tal lance xenófobo de mandar boas vindas aos visitantes e de uma forma rápida e grosseira: Nós não precisamos de mais gente aqui, vão embora ou levaremos os rádios de vossos carros! Monteiro Lobato ficaria decepcionado se soubesse que na exata terra de seu simpático sítio, as pessoas de hoje não são tão dóceis quanto foi Dona Benta.

Uma ameaça aos novos moradores ou uma infeliz coincidência? Fato é que minha impressão sobre a (não tão) pacata cidade de quase 300 mil habitantes começou muito mal. Certo que já havia passeado por essas calçadas mas a casa dos amigos é sempre menos amedrontadora. Ainda vivo na minha outra cidade, ainda penso como na outra cidade. Casa, trabalho, trabalho, casa. O lance é entrar em estado de mutação, adaptar-se as novas possibilidades. Penso que com o tempo, não há mal que não se cure e ferida que não se feche. Casa nova, vida nova. E preciso comprar um sofá.

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