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Limeira, 31 de outubro

Posted by lizzby on 17:16
O relógio marcava 3h da matina quando chegamos em Limeira. Casa de família. Há tempos que isso não acontecia, ultimamente as estadias de show foram em hotéis, mas gosto de ficar na casa das pessoas, acaba rolando uma amizade instantânea, você vê de perto as realidades e aprende um bocado.
Tristeza foi acordar cedo pra passagem. Lembrando que eu amo passagem de som. Os técnicos da montagem estavam super simpáticos, delicados como elefantes, nos deixaram a vontade pra concluir o serviço. Não busco mérito, mas também não precisa sacanear, porque o cara levar mais de 10 minutos pra colocar um AC, só pode ter acordado com o pé esquerdo.
Ainda bem que São Cris Brown estava lá, compondo a cena com o Jay, nossos técnicos. Abrão que estava somente a passeio, acabou entrando na roda, afinal a gente não ia deixar ele só olhando. Então seguimos para o almoço e encontramos a galerinha do AUB, a mais nova sensação do rock católico. Como a gente já se conhece, tudo vira festa, o povo se diverte, porque afinal a gente não quer só comida...
Mas o dia prometia. O termômetro da minha cabeça registrava uns 40 graus, na sombra. Acabei descobrindo uma sala com ar condicionado, o que fez eu me afastar da interação com as pessoas, mas me poupou de uma insolação. Saí na hora do show do módulo de rock, e tive a brilhante ideia de não guardar energia. Quase desmaiei. Mas foi muito muito muito divertido, a galera do módulo sempre agita horrores. Quem mandou ter banda de rock? Eu poderia estar roubando, matando... pelo menos a gente é honesto!
Fomos pra casa renovar as energias, rolou uma super janta e um banho GE LA DO. Lembrei do circo do Zuza (essa quase ninguém vai entender). Fomos pro show, que estava marcado para as 23h, mas que na prática acabou rolando somente as 2h da matina. Depois do show eu morri no estilo Geoge Romero: só volto no próximo filme.

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Campos do Jordão, 23 de outubro

Posted by lizzby on 11:29
Ficar sem dormir virou minha rotina. Afinal, pra que dormir? A gente perde tempo deitado descansando, e consciente de que já passamos metade da vida dormindo, digo que resta outra metade da metade pra viver ainda. Complicado? Acho que isso é papo de quem não dormiu direito e entrou na fase do “tonto de sono”. Quando a gente cansa demais a mente não acompanha, fica-se retardado e fala-se bobeira. Não sigam meus conselhos. Vou contar o que acontece com uma pessoa nesse estágio de passagem.
Sete horas da madrugada é um horário razoável pra se acordar, principalmente pra quem gosta do que faz, o dia rende e a gente termina tudo realizado. Porque o trabalho dignifica o homem! Tio Marx não devia trabalhar tanto, a ponto de escrever coisas desse naipe, mas quem sou eu pra discutir filosofia a essa altura da manhã, que já não importa o nosso bafo...
Campos do Jordão era o nosso destino. Há alguns anos que eu não aparecia por lá. A cidade tem uma cara de Europa, mas as pessoas não são nórdicas. Na realidade parece mais um cenário de casinhas e pracinhas coloridas. O clima é suavemente frio ( pelo menos no verão) e é tudo pequeno, as ruas, as lojas. Quem dera a odisséia tivesse partido direto pra essa parte... mas no entanto, tivemos alguns contratempos: o carro quebrou no meio da serra, faltando uns 8km pra chegar na cidade, então tivemos que esperar o guincho, enquanto o cantor que ia ser fotografado desmontava a caixa de marchas violentamente. Peças pra cá, um empurrãozinho ali, mas não teve jeito: seguimos viagem na incrível velocidade de 40km por hora. Paramos em uma mecânica, deixamos o carro por lá e corremos atrás de um taxi, mas tivemos que locar um carro pra girar a cidade. No meio desse processo, que não levou menos de 4 horas, o tempo foi fechando e a possibilidade de boas fotos diminuindo.
O desespero não tomou conta da nossa boa vontade, e bravamente deixamos pra almoçar depois da sessão de fotos, já que as nuvens estavam nos ameaçando. O lance foi entrar na cidade e procurar uma locação descente para os cliques, então decidimos por ordem lógica que o lugar fenômeno era o Capivari. Seguimos as placas, que nem sempre dizem a verdade e fizeram com que nós, pobres turistas azarados déssemos muitas voltas pelo caminho mais complexo até o local, que basicamente teria encurtado 5 morros e 3km se fossemos nativos.
Quando finalmente chegamos no Capivari, o sol já tinha desistido, mas nós continuamos pela lei da insistência e pela crença na contraposição da lei de Murphy. O make up foi na rua mesmo e o pseudo almoço virou um pacote de rosquinhas. Tudo em favor da arte! A sessão foi muito divertida, garantia que o nosso fotógrafo oficial sempre se preze. E ao fim do dia fomos ao tão esperado almoço, o qual almejava desde que havia pego o guia da cidade e que apresentava um restaurante japonês justo no Capivari.
Encontramos o restaurante, sedentos por apenas sentar em um lugar razoável e alimentar algo além do nosso espírito e ego profissional. Mas adivinhem quem resolveu aparecer? Murphy. O restaurante estava fechado. Isso se revelava muito pior do que se não tivéssemos encontrado o lugar. E como almoçar em outro lugar sendo que estávamos psicologicamente abalados? Mas eis que a simpática senhorinha japonesa abre a porta da esperança:
- Oi, vocês querem comer aqui, né? ( com sotaque oriental, diga-se de passagem)
Simplesmente o melhor yakisoba do mundo. Dormi e só acordei em casa. Mas quando tudo na vida parece que chegou ao fim, você descobre mais alguma coisa pra completar o dia: teria que me encontrar com a galera da banda AUB, fazer um social na pizzaria e depois dormir. O problema é que eu inverti a ordem e acabei dormindo na ida de carro até o local de encontro. Bom, eu estava dirigindo dessa vez e o resultado foi o mais besta do mundo. Arrastei a porta do meu carro no pára-choque de um Fusca.
Ok. Tudo seria ótimo, se as pessoas que eu estava pra encontrar não estivessem TODAS do lado de fora da pizzaria assistindo de camarote a minha (primeira) barberagem. Simplesmente porque a vaga de estacionar era GI GAN TES CA, e mesmo assim, quis destruir a lateral direita do carro. Achei que ficou vintage. Segundo Freud é um lance da infância misturado com demarcação de território, mas eu prefiro crer que estava no lugar errado na hora errada.
Pra completar a façanha, eis que surge a dona do Fusca: Elen. Bom, pra quem não conhece a Elen, a piada não vai fazer sentido: foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, porque ela não tem ciúmes doentios do carro e nem se importa com um riscadinho minúsculo no párachoque. Choquei!

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Manaus – AM, 21 de agosto

Posted by lizzby on 18:15
Não é todo o dia que a gente cruza o país pra fazer um show de uma hora. Penso que esse relato é especial, pois foi uma experiência de quase morte. (rs*) Começando pelas poucas e boas 4 horas de viagem até o aeroporto Viracopos em Campinas. O voo era de Azul, que pra quem ainda não teve esse prazer, uma aeronave Embraer, portanto produzida em território brazuca que mais parece um mini avião, com duas fileiras de cada lado balançando sem parar até o anoitecer. Pra quem não tem medo de altura, é super tranquilo!
O voo durou nada mais nada menos que 3 horas e meia. Sorte a nossa que os bancos são de couro e as luzes da cabine são reduzidas para o nosso maior conforto. Na realidade, atrasa uma hora em relação ao horário de Brasília, então sabe-se lá deos pra onde foi essa hora que ficou sobrando. Chegamos no hotel felizes e dispostos, com todos os equipamentos MOLHADOS. Porque eles não estão nem Azul para a sua bagagem. Eu (vulgo Thiaguinho) registramos uma reclamação que foi redigida no sistema. (hein?)
Acordei com dor de garganta. Na realidade eu já estava me sentindo indisposta, primeiro porque havia tomado vacina contra a febre amarela, e em 00000,1% dos casos existe reação. Eu fui premiada, claro. Segundo pela diferença básica de temperatura: você sai de Campinas 19 graus diretamente para Manaus 40 graus... eu achando que o nordeste era quente. Mesmo assim, minha sede de aventura não passava. Eu queria ver uma zebra! (mentira.) Eu queria ver o teatro Amazonas, com seus belos 800 lugares provindos do século XVII pagos com a fortuna da borracha. Recomendo. Desde a riqueza dos detalhes, às pinturas realistas tridimensionais... um espetáculo a parte! Chorei.
Fomos almoçar, aliás estava ótimo, uma pena eu não conseguir desfrutar do sorvete de cupuaçu, iguaria da cidade. Eu tava mal mesmo, do tipo morrendo. A parte engraçada é que com a maldita Influenza, qualquer resfriado se torna mortal e inconcebível. Um mísero espirro é capaz de esvaziar a fila do banco e deixar o entorno de pessoas aflitas. Afinal, como diz José Serra, tem que cuidar com os porquinhos: http://www.youtube.com/watch?v=_z97MhLvWsI
Eu sabia que se aparecesse naquele estado no hospital, nego iria me internar e eu não teria condições de aparecer no show. O lance foi arriscado, mas eu não tinha febre e sabia da reação da vacina. Fiquei de molho no hotel e só apareci na hora do show. Quando o pessoal chegou pra me buscar eu estava melhor, mas ainda cansada da gripe. O show foi muito legal, a galera cantou, como tem acontecido ultimamente, fico sempre impressionada em como a música vai longe, além do que se possa imaginar.
Depois de conversar com todos, voltamos pro hotel. Eu ainda mais cansada, porque não pude fazer o show do tipo “estou doente” e obviamente pelos poderes de Greyskull usei das minhas últimas forças. Queria muito ter acordado cedo pra ver o encontro das águas, ou uma girafa em plena avenida, mas não teve jeito, eu realmente precisava descansar.

ps* pra quem colocou o nome na lista das muambas, foi mals ae... vou repassar para o departamento e vocês terão seu dinheiro de volta.

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Currais Novos – RN, 7 de agosto

Posted by lizzby on 17:19
Adivinhem só quem resolveu me atacar novamente?
A recepcionistadistraída.com.br. Eu juro que eu tento ser cordial, manter a paciência... mas elas estão de marcação comigo, estou sendo atacada e isso é sério pessoas! Eis que entro no hotel, com a maior boa vontade do mundo, morrendo de fome, cansada de viajar pelo sertão de apenas 40 graus e buracos do tipo cratera na estrada, e a recepcionista me entrega a chave dizendo: - Siga aquela moça, até o quarto, ela vai te mostrar onde fica. Eu fui atrás dela, conforme o combinado. Nós atravessamos um corredor, passamos pelo restaurante, outro corredor, uma porta “somente funcionários” e chegamos na cozinha.
Pausa para pensamento miojo:
a) O conceito de hotel de Currais é totalmente inovador, você dorme na cozinha
e já acorda no café;
b) Fui distraída pelo porco voador que distrai as pessoas na fila e segui a pessoa errada;
c) A assistente da recepcionista era surda e resolveu dar um passeio com a gente;
d) NDA.
Resposta certa na página 4.
Quando consegui chegar no quarto, aproveitei pra acertar o joelho na quina da cama, só por reconhecimento de local. Dois segundos depois fomos para um programa de TV, que basicamente foi uma experiência extraterrena. O apresentador era uma mistura de Serginho Groisman com o Sílvio Santos e traços sutis de um pastor de igreja evangélica tradicional. Fiquei de cara com o “do it yourself” da produção do programa, que usava 3 handcams JVC na transmissão e uns tules coloridos espalhados pelo cenário.
Começou a juntar uma galera na área técnica do estúdio, que foi lotando, lotando... Eu comecei a procurar a nave da qual eu havia acabado de sair. E só pra não perder a piada, colocamos o produtor pra dar entrevista. Tocamos umas 3 músicas e sorteamos as cartinhas das pessoas que estavam assistindo o programa. Foi no mínimo, divertido!
Quanto ao show, fiquei impressionada com o pessoal, que era super empolgado, cantaram e pularam em todas as músicas, e o som estava ótimo, porque desta vez teve tempo hábil pra passagem.

*fotos do RN: http://www.flickr.com/photos/codimuc/3815710918/in/photostream/

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Caicó – RN, 6 de agosto

Posted by lizzby on 12:06
Em Caicó existem 3 estações do ano: calor, quentura e mormaço. Sair da van tornou-se uma passagem pra fornalha. A entrada da cidade era super simples, bem como as casinhas e a expressão das pessoas. O povo do Nordeste é muito solícito e generoso, é incrível como os que menos têm são os que mais se esforçam para dar.
Fomos pra rádio antes mesmo de almoçar e a radialista era divertida, a entrevista foi ótima e na saída o sorveteiro distribuiu sorvete pra galera da banda. Depois fomos almoçar e rumamos pro hotel, que se escondia no meio do sertão... tudo era muito bem organizado e pra completar, com uma vista linda de cima da cidade.
Fomos pra passagem e descobrimos que nosso palco ainda não estava montado. O show era de abertura para o Rosa de Saron e claro, era de se esperar que a atenção estaria apontada para os novos queridinhos da Som Livre (rs).
Na parte da tarde foi dureza, o sol estava de rachar e o nosso pessoal da técnica passou a tarde alinhando o equipamento, carregando e montando coisas. A gente chegou no fim da tarde pra passagem de som. Infelizmente a lei de Murphy resolveu dar as caras e provar que é mais forte que a nossa boa vontade: o PA queimou. Quer dizer... sem o PA não tem som e sem som não tem show. – E agora quem poderá nos ajudar?
O Chapolin não quis sair do ar condicionado, mas graças ao bom Deus, apareceu uma boa alma de um técnico que resolveu o problema. Uma pena que resolveu tarde demais. Então eles inverteram a ordem das bandas: primeiro Rosa de Saron e fechando, Beatrix. Imagine só que divertido... quem ficaria para o show de uma banda desconhecida?
Por incrível que pareça, quando acabou o show do Rosa, ainda sobrou uma galerinha pra ver a gente. Fiquei feliz em saber que no interior do Rio Grande do Norte alguém conhecia nosso trabalho. Depois do show fomos conversar com o pessoal e pra finalizar, hotel de novo.

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Natal – RN, 5 de Agosto

Posted by lizzby on 11:18
Há tempos que não dormia ansiosa por alguma coisa. Sabe aquela sensação de quando você tem 12 anos e vai viajar com a escola no dia seguinte? Eu realmente esperei por essa viagem, e tenho bons motivos pra dizer que valeu muito a pena.
O embarque foi incomum, saímos 23:40h de Garulhos pra chegar lá pelas 3h da madrugada. Como todo bom paulistano adotado, estava embrulhada de casacos. Resultado: cheguei em Natal no modo cebola, fui tirando as camadas. Acreditem, 3h da manhã ainda está calor e isso porque ainda é inverno.
Fomos para o hotel que era super simpático, perto do mar e com uma piscina considerável. Mas preciso fazer um protesto contra os recepcionistas de hotel que não sabem especificar aonde os quartos se encontram. Eu tinha uma mochila, uma mala gigantesca, uma bolsa e como se não bastasse, uma guitarra. Pesada. Perguntei: - Moço pra que lado fica o quarto 25? Ele respondeu:
- Vire ali à esquerda e siga reto na porta...
Segui reto na tal da porta que dava em uma escada e um corredor. Fui andando e procurando pelo número: 14, 15, 16... mas acontece que arquitetura do local é do tipo “foi sendo construída”, transformando o ambiente em um labirinto. Subi e desci escadas e quando exaustivamente cheguei ao fim do corredor e a porta marcava 24. Ótimo. Voltei na recepção e descobri que o quarto era do lado oposto ao indicado. MinicursoGPSpararecepcionistas.com
Na manhã seguinte fomos conhecer a cidade. Se existe paraíso na Terra, fica em Natal, porque é realmente incrível, com praias e paisagens lindas que parecem ter sido esculpidas centímetro a centímetro. Fomos ver o maior cajueiro do mundo que ocupa um espaço de quase um hectare e comprar mini coisinhas de lembrança ( aquelas garrafinhas de areia colorida). O almoço foi perfeito: camarão de tudo quanto é jeito, frito, à milanesa, com catupiry, cozido, com molho... ADORO.
Depois de ver os golfinhos fazendo graça nas falésias ( vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A9sia) fomos pra rádio divulgar a banda. Banho de piscina de noite e uma vista maravilhosa pela manhã... não quero mais nada nessa vida!

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Criciúma – SC, 20 de junho

Posted by lizzby on 14:47
O ministério da saúde adverte: trabalhar na produção de shows, eventos, filmes e DVDs musicais em excesso é prejudicial a saúde física, mental e por vezes moral.

Produtor, do latim: pessoa ou ser vivo sem noção que não tem amor a vida comum.*


*Quem tiver dúvidas, é só acessar a wikipedia.

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Americana – SP, 18 de julho

Posted by lizzby on 22:44
Fui até a rodoviária do Tietê em São Paulo e enfrentei uma pequena fila pra comprar a passagem. Descobri que depois de passar 27 minutos em pé, com alguns quilos de bagagem, que não aceitavam cartão de crédito. Fiquei em estado de choque e pra completar a façanha, em descrédito com o tio do balcão. Era isso ou ia me atrasar.
Me atrasei. Passei mais uns minutos tentando fazer a porcaria do meu cartão funcionar. Porque a minha nova saga é o cartão que não funciona, tudo bem que já esqueci ele pelo chão, já chutei e pisoteei o coitado, mas dignidade também vem a calhar.
Depois de passar uma semana em Sampa por causa do curso que estou fazendo, cai de paraquedas em Americana. Tenho muitos amigos nessa cidade e ela já não me é estranha, com exceção do lugar em que fomos tocar: aonde Judas perdeu não somente as botas, como as cuecas e meias. (passa na Renner, Judas!).
Cheguei no hotel caindo de sono, mas já era a famosa hora de passar o som, então larguei as malas e viajamos até o local do show. Eu disse vi-a-ja-mos mesmo. Foi tudo tranquilo apesar da distância e por incrível que pareça, dessa vez só esqueci o transmissor ligado e perdi as baterias. Coisa de 9 volts e nada que 10 reais não resolvam...
Depois do banho, ficamos esperando o pessoal da organização nos buscar pro show. Fiquei sabendo que iriam rolar outras duas bandas antes e que o jantar ia atrasar. Quando chegamos no ginásio, tinham poucas pessoas, e então me lembrei do comecinho da banda, quando aquele tanto de galera era uma SUPER galera... naquele momento achei que o show não ia ser dos melhores, mas sabecomé, Deus tem suas surpresas e eu tava esperando pra ver.
O show foi realmente ótimo, as poucas pessoas que estavam lá, grudaram no palco e cantaram TODAS as musicas, foi bastante EMOcionante. Sempre me empolgo quando isso acontece. Depois fomos conversar com o pessoal todo e foi bem divertido, coisa de garagem de casa, saca? De vez em quando é bom por os pés no chão e sacar que a multidão nem sempre é o que importa. Como eu sempre digo: qualidade é melhor que quantidade.

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Blumenau SC, 21 de junho

Posted by lizzby on 10:57
Quando eu era criança ( ou ainda mais criança ) passei por um mini trauma escolar. Sim, eu era CDF. Se é que essa gíria ainda existe, deve dar a entender que eu era daqueles pequenos que sentavam na primeira carteira da sala, colados no quadro verde. E como toda boa “Maria Joaquina”, a minha menor nota era DEZ ( pelo menos foi até a quarta série ). Mas como eu relatava no início desse parágrafo, tive meu momento de tristeza quando cometi a indelicadeza de, em uma prova de língua portuguesa, escrever Blumenau com L (vulgo B L U M E N A L ). Para a destruição do meu lindo boletim por extenso, tirei um 9,9. Na minha cabeça de 7 anos, isso era realmente o fim, era triste, era trágico e inaceitável, tanto que passei vários dias escrevendo nas folhas de caderno de cima a baixo: BLUMENAU. Com U Lize, com U! E nunca mais esqueci, nem da história e nem de como se escreve.
Então, não tive como passar na cidade sem lembrar desta pequena tragédia infantil. Chegamos muito perto do almoço e fomos até a Vila Gastronômica, que é a parte mais alemã da cidade. Pra quem não sabe, o sul do Brasil, principalmente o estado de Santa Catarina, teve esse tipo de colonização. Pense o quanto isso pode significar para um ônibus lotado de homens do sudeste: Mulheres altas, loiras, magras, bonitas, bem vestidas e como se não bastasse, de olhos claros. - A platéia não precisa nem cantar ! -dizia um deles. Os homens realmente são todos iguais. Fiquei deprimida, claro!
Depois do almoço típico, fiz a típica foto vestida de alemã do século XVIII e a típica cara de turista vendo as canequinhas dos mais variados tipos e formatos possíveis e imagináveis com referência a Oktoberfest. Como toda Catarinense sem nada pra fazer na adolescência, eu já fui na Oktoberfest e me lembro de ter tomado dois chopps ( e um pastel ) e ter passado mal depois de ir no Kamikaze. Até hoje não sei dizer o que me fez ficar daquele jeito. Mas isso faz mais de 10 anos e chopps passados não movem moinhos!
Fiquei meio chateada com o recepcionista do hotel, que me fez ficar esperando meia hora pra dizer que meu quarto era um andar acima. Depois que deixei minhas coisas, subi e desci a escada duas vezes, fui avisada de que teria que trocar de quarto. Não só troquei de quarto, como também de país. O primeiro quarto era digno de um europeu, com uma decoração super duper e ar condicionado. Depois de cinco minutos me mudei pro terceiro mundo. Ok. Eu não tenho problema com as coisas simples, mas então me colocassem direto no segundo quarto. Assim a gente não sofre!
O show foi um pouco complicado na parte da montagem, é o primeiro final de semana com o cenário novo, então todo mundo está se adaptando. Dessa vez eu fui pra trabalhar na produção, então não estou sendo megalomaníaca ao dizer que a banda mandou muito bem e que foi um espetáculo a parte. Tudo bonito e bem iluminado, incluindo a platéia. Palmas.

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Curitiba PR, 22 de Junho

Posted by lizzby on 23:42
De volta à capital paranaense, dessa vez pude desfrutar dos pequenos prazeres de uma tarde livre. Quando chegamos no hotel, fiquei feliz em saber que só precisava fazer umas fotos no começo da noite e que tinha o dia pra rever alguns amigos de pouco tempo, mas na verdade de intensos momentos. Sempre valorizo a qualidade em vista da quantidade das coisas. A veracidade dos fatos fica muito próxima quando essa relação é compreendida.
Pois bem, meus atenciosos amigos vieram me roubar do pequeno e charmoso quartinho de hotel, pra dar uma volta na civilização e tudo que ela pode oferecer. Passeamos pelo centro e fomos ao shopping ver como é chato ser pobre. Porque nesse tipo de coisa, sempre avisto o óculos da minha vida, o tênis mais lindo do mundo e aquele livro de design que eu não achei em nenhum lugar. Pessoas interessantes e uma loja inteira ( eu disse inteira ) de All Star de todos os tipos, tamanhos e cores! Alegria aos olhos da designer consumista.Depois fomos ao Franz café. Porque eu AMO café. Porque café é digno. Tomei um que no cardápio parecia gigante, mas quando veio era uma miniatura tipo aquele mini-craque da coca cola. Eu fiquei meio chateada, mas o sabor do negócio me conquistou. Não tomei dois, porque sou educada. Nem vi a hora passar, então fomos direto para o programa de TV. O banheiro do meu quarto era lindo, sério! Super retrô. Me bateu a síndrome do Wong Kar Wai e sai fazendo fotos. Referência nunca é demais

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Atibaia – SP , 31 de maio

Posted by lizzby on 13:47
Pequenas dicas sobre o que não se deve falar em uma padaria com ar de boteco no domingo de manhã:
1. Especificamente em voz alta:
- A galera daqui é animada, enchendo a cara desde de manhã cedo hein?
2. – Puxa, esse pão com manteiga, ta mais pra manteiga com pão...
3. Referindo-se ao atendente:
- Você é igual aquele outro ali, moço? Porque acho que já falei com você!
Pois bem, saibam vocês que não fui autora dessas beldades acima descritas, mas estava com a pessoa que teve a brilhante ideia de querer apanhar publicamente no domingo pela manhã. Felizmente isso não aconteceu, porque na pacata cidade de Atibaia, os presentes não deram a mínima para inusitada presença do meu colega.
Depois do café, fomos direto pra igreja, que tem a temática dedicada a Sra de Todos os Povos, uma das aparições mais loucas de Maria, narradas pela Ida, uma holandesa que deve ter tido muito trabalho pra explicar tudo o que viu, sem ser taxada de insana. Confiram: http://www.fimdostempos.net/holanda_3primeirasvisoes.html
Fomos para um almoço, clássicos de domingo e na volta passamos em São José no shopping. Meu lado capitalista pseudo consumista resolveu atacar e sai comprando umas bobeiras, mas acho que nada além do que eu poderia. Hoje sou uma pessoa controlada, acreditem!

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São José dos Campos, 24 de maio

Posted by lizzby on 00:22
Ainda bem que São José dos Campos é perto. Um domingo digno para acordar as 10. Vento na cara e vamos de van lotada. Porque era perto, entouses... namoradas, irmã, prima... faltou só o papagaio ( gente, eu amo vocês, ok? ). A parte boa é que a gente foi rindo a viagem inteira. Mais mulheres que homens em um lugar apertado dá nisso: Era um tal de São José rogue por nós e vamos nessa... e rogue mesmo, porque desta vez soltaram a macaca do Beto Carreiro - que Deus o tenha, amém - no recinto.
Começou com o técnico que resolveu dormir um pouco mais do que a cama e chegar DEPOIS da banda. O baixista veio sem baixo ( precisamos fazer um check in urgente, eu vou deixar o link no final pra quem quiser se inscrever pro cargo) o batera sem o Power Click – se você não souber o que é, pelo menos saiba que sem isso ninguém toca no tempo certo da música – e eu sem cordas.
Ótimo! Sem instrumentos, sem técnico e um super sol em um palco de 12 metros. (Grande aham... ). A parte boa é que se você não tem tudo, pode se contentar em ter o telefone de quem tem, e graças a política da boa vizinhança, conseguimos resolver nossos problemas goldfish.
A passagem demorou mais do que o show. A gente teve basicamente que passar tudo duas vezes. E eu tava boa pra passar tudo duas vezes. Uma porque já detesto essa parte, principalmente quando tenho que passar o meu microfone. Nunca sei o que dizer, tipo: Atenção, teste, 1 , 2 teste A. Estou pensando seriamente em decorar um poema ou um soneto pra não ficar repetindo coisas sem sentido. Apesar que dependendo do poema, o resultado pode vir a ser o mesmo. Eu poderia contar uma piada também, mas acho que não sou boa pra fazer os outros rirem.
Depois da odisséia da passagem, fomos para casa do outro técnico/roadie da banda. Super Duper! O melhor pãozinho com presunto que já comi na vida. Sério. Não sei se foi fome, mas eu passei dos limites... tenho até vergonha de dizer aqui quantos pães eu comi, mas foi de fazer inveja ao café da manhã do Xou da Xuxa http://www.youtube.com/watch?v=_eDiDhepWrM (rs*).
Depois de descansar e rir mais um pouco com nossas ilustres convidadas, voltamos ao local do show. E adivinhem? A lei de Murphy ataca novamente. Dessa vez quem sofreu as conseqüências da missão foi minha querida companheira de todos os sons: Angie. Antes que vocês pensem que alguém bateu em outro alguém, Angie é minha guitarra. Ela tomou um tombo digno durante a oração da banda antes do show começar, desafinou TUDO. OK. Paciência, a lei da gravidade atua sobre TODOS os corpos, incluindo guitarras bonitas que nunca chegaram perto do chão. Mas como essa vida de rock e batata é otimista, pau na máquina, que o show tem que continuar ( nesse caso, começar).
Estava tudo ótimo, a galera cantou, o cara da luz estava com boa vontade, enfim, ENERGIA. Até que na penúltima música, ela resolveu subir no palco: Lei de Murphy novamente. Desta vez, sorrateira e sem dignidade estourou a corda da minha guitarra. Até que meu improviso foi bom, na espera pela troca de cordas. Mas ao fim da música, fiquei surpresa ao saber que ( vide linha 10 deste texto ) estava justamente sem a corda que havia estourado. O triste fim do policarpo quaresma não foi assim TÃO triste.
Pra completar o circo, no bom sentido, é claro, subiu uma fã pra cantar a última música. Pelo menos ela era empolgada, e a agente se divertiu a beça. Caldinho quente pra finalizar o dia. Tôsóopó.com.br

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Anápolis, 16 a 18 de maio

Posted by lizzby on 11:29
Cheguei em Anápolis, que tem esse nome porque se refere a mãe de Maria, Ana, (logo, avó de Cristo, sogra de José... até Deus tem família gente!) polis do latim, cidade... deu pra sacar, não? Enfim, o fato é que eu estava exausta. Cheguei mal humorada, e só conseguia pensar em uma coisa: minha cama. Hotel bonitinho, caminha limpinha, tudo perfeito não fosse a função de ter que acordar para a entrevista na TV as 9. OK: Eram 7 e meia.
Maravilha, acordei com a maquiagem da noite anterior, troquei de roupa e fui tomar café. A galera da organização, feliz e contente, nos aguardava com a maior paciência do mundo. Entramos no carro e fomos para entrevista. TV Tocantins (?) por um momento, achei que estava ficando meio lelé... em Anápolis, a TV local tem esse nome. Esquisito não? É como chamar amarelo de azul, ou chamar gaúcho de baiano. Mas em cinco minutos tudo estava resolvido e apesar da repórter não fazer ideia de quem éramos, foi divertido. Fomos pra rádio, dar outra entrevista, e dessa vez locutor conhecia a banda, fez perguntas pertinentes, e foi muito sensato. Bom assim não é? Fomos almoçar e finalmente, DORMIR. Só que desta vez pegamos as coisas no hotel e fomos pra um convento. Meninas de um lado e garotos do outro... a Madre que veio falar com a gente é a Madre mor! Tipo a Madre mundo... (rs*) Serio! Se você aprendeu a ler e escrever no método “la-le-li-lo-lu” foi por causa dela.
Passada a experiência de tamanha celebridade educativa, descansamos e só acordamos pra janta, que aliás foi DEmais. Além da comida estar perfeita, rolou um MPB de qualidade no pequeno palco do restaurante. Toda a equipe era muito divertida e prestativa.
No segundo dia, era dia de trabalho! Acordamos pra passagem de som, que acabou atrasando um pouco, então voltamos depois do almoço pra completar o serviço. Na passagem, tudo tranquilo, tirando as demoras de sempre. Voltamos pro convento, que desta vez passou a apresentar características um tanto assombrosas. Reparei que nos corredores tinham desenhos feitos a lápis de rostos de crianças mortas e os corredores longos e vazios ecoavam qualquer passo mal dado. Como eu não tinha reparado antes? Acho que era o sono... mas a partir daquele momento começamos a andar em dupla...(rs*) Logo eu que sempre digo:
- Gente morta não me assusta, porque não podem nos atingir, eu tenho medo é de gente viva!
Mas como o onírico da coisa é mais forte que a crença, não custa tomar os devidos cuidados. Descobrimos que no banheiro dos meninos tinha uma tal de “descarga maldita” (ahuauhahua) que assustava qualquer pessoa que se dispusesse a puxar a cordinha. Não tive paciência pra conferir essa beldade, mas me diverti com os gritos de susto no corredor.
O show foi ótimo, 5 mil pessoas interagindo, é realmente algo bonito de se ver. Destaque para o Bruno, baixista da banda, que deu seu melhor discurso. As pessoas realmente respondiam as nossas ações... fico feliz quando isso acontece! Depois do show, fomos conversar com a galera, e dá-lhe conhecer gente nova! Fomos jantar lá pelas 3 da manhã. Só alegria. No dia seguinte, van para o aeroporto de Brasília e algo curioso sobre embarque em avião:
- Porque raios, a pessoa que está com a poltrona de número 25, entra no avião e vai andando devagar e olhando pras indicações desde o primeiro acento?


Pausa para pensar e refletir.

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Valparaíso de Goiás, 15 de maio

Posted by lizzby on 11:45
Adoro quando consigo dormir antes de pegar a estrada e dessa vez, tivemos a incrível sorte de estar de pé só as 5 da matina! Legal aquele friozinho básico e cheiro de aventura. Mentira! A verdade é que fui caminhando feito um zumbi até a van, e basicamente acordei na parada do café. Pra começar bem o dia, surgiu uma breve discussão sobre o “antônimo de obrigado”, (pra começo de conversa eu não ouvia essa palavra, há anos, mas ainda lembrava o significado). Ao fim das contas, rimos tanto que o assunto apertou a tecla do random select e ninguém mais quis chegar à conclusão alguma.
Destino do voo: Brasília. E Guarulhos dessa vez, já me reconhecia como filha. Depois de passearmos pelo aeroporto, perdermos metade dos integrantes da banda e passarmos 3 vezes em frente a mesma loja da Lacoste, chegamos ao portão de embarque, felizes e contentes! Eu dormi. Chegando ao nosso destino, assim que cruzamos a porta do saguão, o pessoal da organização já estava nos esperando e fomos pra Valparaíso, que fica uns 40 e poucos quilômetros da capital.
O almoço estava ótimo, e a passagem de som nos aguardava com muitas surpresas. Fiquei esperando o sinal de alerta, pra gente ir depressa ao local do evento, passar o som e voltar pra descansar, mas já que o lance estava demorando, resolvi tirar um cochilo. E como já é bem dito nesse blog, a lei de Murphy me persegue. Obviamente assim que encostei a cabeça no travesseiro:
- Daaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaae negada, a van chegou pra gente ir pra passagem!
Ótimo, porque eu não levei um susto, e não fiquei automaticamente irritada. Cheguei disposta no local do show. O palco era ao ar livre. Começou a chover. Seis pessoas dentro de um carro. Eu amo a minha banda! Quando São Pedro deu uma trégua, subimos pra tocar o terror. (rs) Haviam dois palcos, um pra cada banda, então teoricamente tudo seria mais rápido e tranquilo. Montei meus equipamentos, tirei a guitarra do case e deixei tudo preparado pra começar a tocar, quando de repente começou a chover novamente, só que desta vez era só nego puxando retorno pro meio do palco e correndo como doido pra não ser atingindo pela água. Acabou que ficamos uns 40 minutos ilhados no meio do palco com toda a bagulheira da banda empilhada. Nada pra fazer, pode gerar coisas surpreendentes: o nosso técnico começou a puxar um sambinha na bateria, o resto do pessoal catou o que tinha por perto e fomos emendando uma musica na outra... a banda de rock mais fake do mundo? Não, não... a gente de fato gosta de música brasileira, e há rumores que quando tivermos 30 anos de estrada, o beatrix vire um quinteto de Jazz Bossa.
Passada a odisséia da passagem, (adoro aliteração), fomos jantar e fazer aquelas básicas necessidades de sobrevivência, porque apesar de rock, a gente é limpinho. O show estava com o som perfeito: pesado e limpo. Gosto quando isso acontece, apesar de serem raras as vezes. Mais ou menos 6mil pessoas habitaram o pátio do show, isso é claro, porque além da gente, lá estavam nossos camaradas do Rosa de Saron, que com todo esse lance de Globo e Som Livre, estão com um público bem diferente do de costume.
Rumamos pra Anápolis de carro. Acreditem, não foi uma das melhores experiências da minha vida, não só porque viramos a noite sem dormir, mas porque tive que agüentar a discografia do Bom Jovi no talo e o motorista do carro, que não parava de repetir que enxergava 4 pistas, ao invés de duas. Pra completar a saga Jedi, tínhamos entrevista na TV, 9 horas da manhã na outra cidade. Os bonzinhos sempre se f... e fico pensando se não era mesmo a do Luke passar para o lado negro da força...

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São Paulo > Cachoeira Paulista, 8 de maio

Posted by lizzby on 00:48
O dia foi tenso: 43 horas acordada. Peguei o avião em Maringá 6 e pouco da madrugada, pra chegar em Sampa só perto das 9:30, resultado da maldita conexão. Sabe eu ODEIO conexão, principalmente quando você tem que passar pelo raio X. Mas desta vez eu estava com sorte, fui direto pra sala de embarque! Passado o fantasma de ser tratada como terrorista, fui tentar tomar um café enquanto esperava o meu voo. Uma fila gigante, pra no final a atendente me dizer que não aceitavam cartão. Ok, eu não tinha um puto, mas eu merecia um café! Vou fundar uma ONG. Quando cheguei em Congonhas encontrei meu carona. Fui imediatamente avisada que teríamos de passar da Santa Ifigênia e depois no Mercado Municipal.
– Que alegria, bater perna numa rua lotada de gente naquele momento, era o meu sonho de criança!
Mas como sempre pré disposta às novas experiências, juntei o que tinha de força pra ficar com cara de contente. Aproveitei pra comprar porcarias eletrônicas na Sta Ifigênia, e como é incrível esse lugar! Eu já tinha ido várias vezes, mas como é a primeira vez que escrevo sobre isso, aproveito pra indicar. Lá você realmente encontra de tudo, desde Açaí Express até TV de 50 polegadas Full HD roubada. É ótimo pra você se empanturrar de jogos do PS2 piratas e pen drives de 32gb dos quais funcionam apenas 8gb. Se você tiver sorte compra DVDs virgens baratos e as últimas novidades da tecnologia. Sem mencionar a quantidade de pessoas bonitas na rua, eu passei correndo pelo meio dos carros pra sair o mais rápido possível. Por favor, não me levem a mal, é que eu estava horas sem dormir e ainda pensava no café que não tinha conseguido tomar.
Seguindo viagem, fomos ao Mercado Municipal. Logo na entrada lembrei dos tempos de criança quando conheci São Paulo nas viagens que fazia com meu pai. As frutas bonitas e a arquitetura antiga do espaço são mesmo muito empolgantes! Paramos pra almoçar. Comi HORRORES. Automaticamente meu humor melhorou. Fomos até a barraca do Borges, que é um cara super simpático que nos atendeu muito bem. Experimentei todos os patês da loja, provei queijinhos e outras iguarias a vonts. Conclusão: voltei pra Cachoeira Paulista rolando.

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São Paulo SP >Curitiba PR, 5 de maio

Posted by lizzby on 00:16
Peguei uma carona até Sampa com uma amiga que no mínimo pode-se dizer interessante. Ela me contou no caminho que não ouvia mais música.
(Pausa para pensar)
Ok. Como assim, não ouve mais música? Ela simplesmente disse que não tinha mais nenhuma preferência musical e que estava cansada de tudo que tem hoje, que ela ligava o rádio e deixava rolar o som, mas não prestava atenção em mais nada.
Bom, deixe-me explicar algo sobre ela, e talvez alguém passe a compreender esta curiosa opinião. A pessoa que me deu carona é uma mulher um tanto importante nos bastidores do show business brasileiro e ela está sempre por trás das grandes produções que vem ao país, como os shows do Radiohead, Madonna, Rolling Stones e tudo quanto é show nacional que utiliza da tecnologia que ela vende. Obviamente perguntei o motivo, foi quando ela me olhou e disse:
- Eu vejo tudo de muito perto, sei quem tem talento de verdade e sei quem é pura enganação.
Obviamente não vou citar aqui tudo que ela me contou, já que não faz parte da intenção desse texto, mas digo de antemão que ela tem quase razão. Fiquei meio chocada pensando em como a gente se decepciona um pouco com as pessoas e com as coisas quando enxerga o que elas realmente são. Sonhar e fantasiar é bom, faz a gente acreditar em coisas que funcionam no nosso imaginário, a gente se empolga e vê tudo mais colorido. Penso que o ser humano necessita do ideal, respira aquilo que almeja porque sonhar não custa dinheiro, e não precisa ser dividido em vezes no cartão. É quando você pode ser honesto consigo, porque o pensamento é algo íntimo e justo. Mas também pode ser uma dose de mentira sincera. As pessoas são pessoas certo?
Mas seguindo viagem, depois de pegar metrôs, taxis e ônibus, finalmente cheguei ao meu destino: Aeroporto de Garulhos. Acho que ele já estava com saudades de mim, porque a última vez que nos vimos foi em dezembro do ano passado, na gravação do dvd de uma banda da gravadora. Fui fazer o check in e tomei um susto quando foram emitidos dois bilhetes: São Paulo – Curitiba e Curitiba-Maringá.
- Ok Lize, é só uma conexãozinha. Vida divertida essa, direto pra Maringá são 45minutos e passando em Curitiba o dobro do tempo... vai entender que raio de volta esse avião dá, mas vamos nessa!
Chegando em Curitiba, me perdi na saída e fui parar na entrada. Como tudo no aeroporto é pertinho, tive que andar quilômetros até achar a sala de espera. Olhei no relógio e batiam 23:45. No bilhete o embarque era 23:40. Pânico. Era o ultimo voo e se eu perdesse teria de dormir no aeroporto, além de ter que pagar as deliciosas taxas de NO SHOW, taxas de remarcação, taxa e mais taxa. Corri até o raio X e passei a bagagem de mão com cara de pressa. Mas é claro que a lei de Murphy resolveu atuar sobre os corpos presentes:
- Senhora, por favor, poderia retirar o computador da sua mala? Encontramos um objeto estranho no visor. – A mala passou na esteira pela segunda vez.
– Senhora, ainda tem algo estranho na sua bagagem... – A mala passou pela terceira vez . Eram 23:50. Adeus avião! Adeus vida, já comecei a pensar na Krakóvia, no Thom Hanks e como ia fazer pra tomar banho na sala de espera. Até que a mocinha viu que eu estava com cara de atrasada e resolveu passar a mochila pela QUARTA vez! Eu comecei a pensar se eu realmente não estava carregando algo ilícito na mala, tipo um super canivete suíço ou uma bomba nuclear caseira. Juro que se fosse a bomba, tinha apertado o botão exatamente naquela hora. Inferno. Eu sei que tem a tal da cota de empregos, mas não precisa por a menina que tem 10 graus de miopia no monitor no raio X! A essa altura do campeonato, eu nem queria mais ver o relógio, tava mesmo era querendo pegar o objeto estranho e enfiar na...
– Senhora! Acho que foi um engano, era a bateria do seu celular! Obrigada e desculpe pelo transtorno!
Fiz cara de tudobemjatoferradamesmo e sai CORRENDO. Afinal é por isso que os corredores têm esse nome! Cheguei ofegante até a mesa na entrada do embarque, mostrei o número do voo pro atendente e adivinha? O meu voo tinha mudado de portão. Corri para sala do lado oposto, na esperança de alcançar a porta em tempo, quando soa a seguinte mensagem: - O voo 1566 com destino à Maringá está atrasado em meia hora devido as condições do tempo.
Não preciso mencionar que era justo esse o meu voo, certo? Apesar de já ter vindo N vezes à Curitiba, essa foi literalmente uma visita rápida. Sentei e fui tomar café. Quando cheguei em Maringá quase 2 da manhã, deixei a máster na produtora e rumei pro hotel. Vida louca vida.

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Maringá, ali no Paraná, 22 de abril

Posted by lizzby on 22:48
Nova em folha, a cidade planejada de Maringá parece mesmo um grande parque de árvores. As ruas são todas tão iguais que só mesmo lendo as placas para conseguir se situar. Têm poucos prédios altos e possui um parque ( do tipo cheio de mato ) cravado no meio do centro. Pessoas felizes. Felizes demais. Felizes pelas ruas, no balcão das lojas e lanchonetes, a maioria dispostas a ajudar! Um verdadeiro sonho pra todo pseudopaulista que acorda bem contente na orla cinzenta de cada dia. Tudo uma maravilha, não fossem as pessoasfelizespelamanhã. Sabe o que é? Eu sou rabugenta até as dez. Porque não há condições humanas de uma pessoa acordar CEDO e estar feliz ao mesmo tempo.
A coisa mais interessante que percebi, foi a quantidade de farmácias... sério! Chegam a 3 ou 4 na mesma rotatória. Agora me expliquem, (please!) porque na minha concepção, um lugar que possui mais farmácia do que bares, só pode ser uma cidade de pessoas mais velhas.Ok. Não é uma conclusão la muito estatística, mas segunda a ordem de Lize B, é assim que funciona. Quanto mais farmácia mais remédio e quanto mais remédio mais doença... enfim, acho que deu pra sacar...não é? E isso tudo é claro, seria comum se a cidade não tivesse apenas 60 anos, o que torna o fato ainda mais curioso.
Mas só pra variar um pouco, resolvi pensar melhor nesse assunto de farmácia e gente hipocondríaca. Entrei em uma farmácia, e é claro, como toda a mulher que se preze fui direto na balança. E para a minha surpresa, aparece no visor: 53,5kg. MORTE. – Como assim? Tudo bem que eu não estou gorda, mas isso são 3 kg acima do meu peso! Então começa a sessão remorso... você pensa em tudo o que comeu durante a semana, você pensa TUDO menos que a balança pode estar errada. Naquele momento resolvi afogar as mágoas em uma barra de chocolate. Claro! Já estou uma baleia mesmo, então o que é que uma droga de doce vai mudar? Foi então que percebi que a farmácia já não era mais uma farmácia! Ela estava disfarçada de loja de conveniência. Sim! As farmácias são lojas de doces, lanchonetes e se você quiser fazer a compra do mês por la, dá pra quebrar um super galho...conclusão: Maringá não possui nem farmácias, nem ruas, nem balanças que funcionam e nem pessoas de verdade. Surrealismo urbano?
Eu passei uma noite andando por alguns quarteirões, almocei duas vezes no japonês-chinês-coreano-seilaoqueoriental ,visitei o tal do shopping Avenida, fugi da febre amarela que atacou os macacos do parque e assisti uma comédia romântica pra dar uma relaxada. Afinal ser intelectual, dói!

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São Francisco de Itabapoana RJ, 2 de maio

Posted by lizzby on 15:07
Passei a semana toda tentando decorar o nome da cidade. Uma amiga me disse: - Olha, na dúvida, você vai ao microfone e grita: DAE SÃO CHICOOOOOOO! Eu ri, e pensei ser uma forma interessante de não pagar aquele mico...
Entrei na van de madrugada e acordei meio tonta, com aquela lua na cara. Sim! A van não tinha cortinas, então você acorda automaticamente assim que o sol se levanta. Olhei para fora e vi um canavial imenso, fiquei imaginando se o Smallville se passasse no Brasil. O Clark Kent correria pelo meio da cana e chegaria muito doido em casa. Quando se transformasse no Superman, a roupa seria verde e amarela, e é claro, nas costas estariam impressas os logos dos patrocinadores.
Mas infelizmente a plantação imensa de cana não pertencia ao nosso destino. São Chico de algumacoisa ficava mais além, muito mais além! Dormi de novo. Acordei num boteco de posto pra tomar café da manhã e adivinhem? Comi o melhor pão de queijo do mundo. Eu quase perguntei se tinha croisant de chocolate, mas achei que já excedia a cota. De volta ao veículo, ouvindo a Aretha fazer o jazz ficar simples de cantar, vi uma placa: Seu destino a 29 km! Ótimo, porque a essa altura do campeonato, minhas costas já estavam boas para um destino próximo.
Avistei um portal e quando chegou perto pude ler a placa de boas vindas. Alegria geral da nação. - Quero comer e tomar um banho! - Engraçado como nessas horas as coisas mais simples da vida fazem TODO o sentido. O hotel, era no mínimo curioso: A recepção ficava do lado contrário da rua. Sim! Se você tivesse que resolver um problema com o chuveiro teria que desfilar de toalha. Ok. Fomos almoçar, e logo que entramos no restaurante percebemos que o DVD do Rosa de Saron estava sendo exibido no recinto. Não preciso dizer que além dessa feliz coincidência, a música que começou a tocar era justamente a que a vocalista da banda canta. Ou seja: - Tumultoooooooo...
Depois do almoço rolou uma visita na praia. Como os meninos da minha banda são muito educados, eles não tomaram banho de cueca no mar. Eu comprei um coco. Voltamos no hotel e fomos passar o som. Depois de banho tomado – sabe aqueles chuveiros que você têm que ficar cercando os pingos? – Voilá! Fomos pro momento tão esperado. O show era numa praça, centro da cidade, na frente da paróquia. A galera era meio diferente do que a gente estava acostumado, mas não tinha mais jeito. Quando meti a mão na guitarra...foi como se as baratas fugissem do Rodox. SUMIU TODO MUNDO da frente do palco.(rs) Detalhe: sempre há show para o bêbado da franquia “Toca Raul”, e ele ficou lá (não tão) firme e forte. Achei incrível como realmente existe gente que não gosta de rock. (?) O pessoal da organização era muito divertido e prestativo. Curti horrores! Afinal a gente tem que ser ao menos feliz, não é mesmo?

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