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Limeira, 31 de outubro

Posted by lizzby on 17:16
O relógio marcava 3h da matina quando chegamos em Limeira. Casa de família. Há tempos que isso não acontecia, ultimamente as estadias de show foram em hotéis, mas gosto de ficar na casa das pessoas, acaba rolando uma amizade instantânea, você vê de perto as realidades e aprende um bocado.
Tristeza foi acordar cedo pra passagem. Lembrando que eu amo passagem de som. Os técnicos da montagem estavam super simpáticos, delicados como elefantes, nos deixaram a vontade pra concluir o serviço. Não busco mérito, mas também não precisa sacanear, porque o cara levar mais de 10 minutos pra colocar um AC, só pode ter acordado com o pé esquerdo.
Ainda bem que São Cris Brown estava lá, compondo a cena com o Jay, nossos técnicos. Abrão que estava somente a passeio, acabou entrando na roda, afinal a gente não ia deixar ele só olhando. Então seguimos para o almoço e encontramos a galerinha do AUB, a mais nova sensação do rock católico. Como a gente já se conhece, tudo vira festa, o povo se diverte, porque afinal a gente não quer só comida...
Mas o dia prometia. O termômetro da minha cabeça registrava uns 40 graus, na sombra. Acabei descobrindo uma sala com ar condicionado, o que fez eu me afastar da interação com as pessoas, mas me poupou de uma insolação. Saí na hora do show do módulo de rock, e tive a brilhante ideia de não guardar energia. Quase desmaiei. Mas foi muito muito muito divertido, a galera do módulo sempre agita horrores. Quem mandou ter banda de rock? Eu poderia estar roubando, matando... pelo menos a gente é honesto!
Fomos pra casa renovar as energias, rolou uma super janta e um banho GE LA DO. Lembrei do circo do Zuza (essa quase ninguém vai entender). Fomos pro show, que estava marcado para as 23h, mas que na prática acabou rolando somente as 2h da matina. Depois do show eu morri no estilo Geoge Romero: só volto no próximo filme.

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Campos do Jordão, 23 de outubro

Posted by lizzby on 11:29
Ficar sem dormir virou minha rotina. Afinal, pra que dormir? A gente perde tempo deitado descansando, e consciente de que já passamos metade da vida dormindo, digo que resta outra metade da metade pra viver ainda. Complicado? Acho que isso é papo de quem não dormiu direito e entrou na fase do “tonto de sono”. Quando a gente cansa demais a mente não acompanha, fica-se retardado e fala-se bobeira. Não sigam meus conselhos. Vou contar o que acontece com uma pessoa nesse estágio de passagem.
Sete horas da madrugada é um horário razoável pra se acordar, principalmente pra quem gosta do que faz, o dia rende e a gente termina tudo realizado. Porque o trabalho dignifica o homem! Tio Marx não devia trabalhar tanto, a ponto de escrever coisas desse naipe, mas quem sou eu pra discutir filosofia a essa altura da manhã, que já não importa o nosso bafo...
Campos do Jordão era o nosso destino. Há alguns anos que eu não aparecia por lá. A cidade tem uma cara de Europa, mas as pessoas não são nórdicas. Na realidade parece mais um cenário de casinhas e pracinhas coloridas. O clima é suavemente frio ( pelo menos no verão) e é tudo pequeno, as ruas, as lojas. Quem dera a odisséia tivesse partido direto pra essa parte... mas no entanto, tivemos alguns contratempos: o carro quebrou no meio da serra, faltando uns 8km pra chegar na cidade, então tivemos que esperar o guincho, enquanto o cantor que ia ser fotografado desmontava a caixa de marchas violentamente. Peças pra cá, um empurrãozinho ali, mas não teve jeito: seguimos viagem na incrível velocidade de 40km por hora. Paramos em uma mecânica, deixamos o carro por lá e corremos atrás de um taxi, mas tivemos que locar um carro pra girar a cidade. No meio desse processo, que não levou menos de 4 horas, o tempo foi fechando e a possibilidade de boas fotos diminuindo.
O desespero não tomou conta da nossa boa vontade, e bravamente deixamos pra almoçar depois da sessão de fotos, já que as nuvens estavam nos ameaçando. O lance foi entrar na cidade e procurar uma locação descente para os cliques, então decidimos por ordem lógica que o lugar fenômeno era o Capivari. Seguimos as placas, que nem sempre dizem a verdade e fizeram com que nós, pobres turistas azarados déssemos muitas voltas pelo caminho mais complexo até o local, que basicamente teria encurtado 5 morros e 3km se fossemos nativos.
Quando finalmente chegamos no Capivari, o sol já tinha desistido, mas nós continuamos pela lei da insistência e pela crença na contraposição da lei de Murphy. O make up foi na rua mesmo e o pseudo almoço virou um pacote de rosquinhas. Tudo em favor da arte! A sessão foi muito divertida, garantia que o nosso fotógrafo oficial sempre se preze. E ao fim do dia fomos ao tão esperado almoço, o qual almejava desde que havia pego o guia da cidade e que apresentava um restaurante japonês justo no Capivari.
Encontramos o restaurante, sedentos por apenas sentar em um lugar razoável e alimentar algo além do nosso espírito e ego profissional. Mas adivinhem quem resolveu aparecer? Murphy. O restaurante estava fechado. Isso se revelava muito pior do que se não tivéssemos encontrado o lugar. E como almoçar em outro lugar sendo que estávamos psicologicamente abalados? Mas eis que a simpática senhorinha japonesa abre a porta da esperança:
- Oi, vocês querem comer aqui, né? ( com sotaque oriental, diga-se de passagem)
Simplesmente o melhor yakisoba do mundo. Dormi e só acordei em casa. Mas quando tudo na vida parece que chegou ao fim, você descobre mais alguma coisa pra completar o dia: teria que me encontrar com a galera da banda AUB, fazer um social na pizzaria e depois dormir. O problema é que eu inverti a ordem e acabei dormindo na ida de carro até o local de encontro. Bom, eu estava dirigindo dessa vez e o resultado foi o mais besta do mundo. Arrastei a porta do meu carro no pára-choque de um Fusca.
Ok. Tudo seria ótimo, se as pessoas que eu estava pra encontrar não estivessem TODAS do lado de fora da pizzaria assistindo de camarote a minha (primeira) barberagem. Simplesmente porque a vaga de estacionar era GI GAN TES CA, e mesmo assim, quis destruir a lateral direita do carro. Achei que ficou vintage. Segundo Freud é um lance da infância misturado com demarcação de território, mas eu prefiro crer que estava no lugar errado na hora errada.
Pra completar a façanha, eis que surge a dona do Fusca: Elen. Bom, pra quem não conhece a Elen, a piada não vai fazer sentido: foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, porque ela não tem ciúmes doentios do carro e nem se importa com um riscadinho minúsculo no párachoque. Choquei!

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